Depois de uma
sessão de cinema, Roberta e Ricardo voltavam para casa abraçadinhos no ônibus.
Riam de bobagens que viam. Como estavam felizes! Ao chegarem em casa, Ricardo
segurou as mãos da namorada e beijou-as, olhando-a nos olhos. Ela sorria como
se fosse a mulher mais sortuda.
_
Eu sou o homem mais sortudo da face da terra. Eu te amo, você me ama. Ter você
assim por perto é a melhor coisa que aconteceu em minha vida até agora.
_
Seu bobo. – sorria ela.
_
Falo sério.
_
Eu que sou sortuda porque você não desistiu de mim. Mesmo eu sendo tão estúpida
e ridícula, você ainda me ama.
_
E continuo amando agora mais que antes. – ele sorriu
Já tinha um
tempo que eles estavam namorando e todos já sabiam, até o Daniel, que não se
conformava, mas estava estranhamente quieto.
Flávia amou a
notícia. Sentia-se como se seus esforços estivessem sendo recompensados.
_
Está feliz, amiga? – perguntou ela, enquanto andavam pelo corredor da escola.
_
Sim! Muito feliz.
_
Está vendo como ser feliz é simples, basta querer!
_ É verdade! –
sorria Roberta
_ Então, temos
que marcar um role nós quatro, hein!?
_ Claro! Com
certeza!
_ Podemos ir
juntos ao Festival de Inverno, que tal?
_ Perfeito,
amiga!
Roberta animou
muito, pois o Festival de Inverno seria uma programação incrível que
aconteceria numa cidade próxima e prometia muito.
Patrícia, uma
garota que já havia participado de muitas armações com Daniel, ouviu o que as
garotas programavam e imediatamente ligou para Daniel. Ela gostava dele e por
isso sempre fazia tudo que poderia agradá-lo, mesmo que fosse para ele ficar
“temporariamente” mesmo sendo a outra, tinha esperança de ser a namorada dele.
Sabia que Daniel lhe era grato por todas as ajudas e que um dia isso se
converteria em seu favor.
_ Daniel. –
ele respondeu do outro lado da linha.
_ Olá meu bem.
É a Patrícia. Tenho novidades para você!
_ Olá
Patrícia! O que há de novo?
_ O festival
de inverno promete muito, meu querido. Ainda mais para o novo casal da cidade.
_ Eles vão ao
festival que dia? E quem te falou que eles vão?
_ Ouvi a
conversa das duas no corredor. O dia elas não falaram, mas que vão isso você
pode ter certeza, o dia podemos descobrir depois.
_ Ok. Esse vai
ser o pior festival que terão.
_ Nossa! Está
tão amargo assim. Posso te ajudar se quiser...
_ Vou precisar
de sua ajuda sim, mas agora preciso de outra coisa. Pode vir aqui em casa?
Patrícia nem
acreditou.
_ Claro que
sim! – pensou a resposta e não quis parecer muito fácil, apesar de gostar
demais do Daniel, ela tinha orgulho, ainda. – Digo, não sei se dá. Para que,
você me quer... Aí?
_ Te respondo
aqui. Estou te esperando. – desligou, sabia que ela não negaria.
Se fosse por
ela, já estaria na porta dele. Era a chance de mostrar que gostava demais dele.
Já tinha um tempo que assumira para si mesma que o Daniel era o homem da sua
vida, e pôs na cabeça que ele pertenceria a ela um dia, nem que para isso
tivesse que demonstrar de uma maneira mais forte.
Não pensou
muito, chegou a casa dele ansiosa, seria sua primeira vez, apesar de dizer para
todos que não era mais virgem. Teve receio, mas confiava nele, quando viu os
olhos do rapaz que tanto gostava não teve dúvida. Se entregou.
Faltavam
alguns dias para o tão esperado festival de inverno que aconteceria na cidade
vizinha. Apesar do evento não ser na cidade, havia certa movimentação em todos
os habitantes, pois era um evento grande.
Ricardo
atravessou a rua e bateu na casa de Roberta.
_ Olá
Ricardinho!
_ Tudo bem,
Antônia. Vim chamar a Roberta para dar um passeio comigo, a senhora se importa?
_ Ô meu
querido! Claro que não! Te conheço desde pequeno e sei o quanto você é
responsável. Pode sim! Vocês podem passar na padaria e trazer alguns pães?
_ Claro!
_ Como está
seu pai?
_ Está bem,
obrigado! Está de plantão hoje!
_ Eita! Essa
vida de médico é terrível!
_ É sim, mas
já me acostumei!
_ Robeeeerta!
Ricardo está aqui!
Antônia deu um
grito que assustou o Ricardo, mas ele também a conhecia e sabia que ela era
meio estranha.
Patrícia se
sentiu estranha. Pensou que seria diferente, ainda mais por ser com quem
gostava. Sentia-se dolorida e só depois percebeu o sangue que manchava os lençóis
da cama do rapaz. Ele no banho não havia percebido. Ela correu e jogou os
lençóis sujos na máquina de lavar e encontrou outros para pôr na cama.
_ Agora vou
ter que sair, desculpa ser assim tão rápido, mas é sério. Você toma banho na
sua casa, não é? Estou atrasado mesmo. – ele se vestiu rapidamente e nem
esperou ela se levantar e sair. Ela sabia como fazer isso. Pegou o carro e
deixou-a no quarto, entre os lençóis.
Durante o
passeio, tudo eram flores. Desfrutar do romantismo de Ricardo era uma delícia
para Roberta, que também sabia retribuir carinhosamente. Formavam um casal
perfeito.
_ Eu já disse
que você é linda hoje? – disse olhando nos olhos dela.
_ Hum... Não!
Não que me lembre.
_ “Você é
linda mais que demais, você é linda sim, esta canção é só pra dizer e diz.” –
cantarolou.
O sorriso e o
beijo se misturaram numa forma única de carinho. Estavam sentados no banco da
praça que tinha o chão repleto de folhas das árvores que compunham a paisagem.
A cabeça dela encostava-se ao ombro dele que a envolvia um abraço, protegendo
da brisa fria do fim da tarde.
_ Quero
compartilhar uma coisa com você.
_ Então espera
aí, porque vou abrir meu facebook aqui. – disse ele aos risos.
_ Não! – ria
também – quero só falar para você.
_ O que foi?
_ Sua
companhia – levantou um pouco a cabeça para que pudesse olhá-lo nos olhos – me
faz tão bem. Você não sabe o tanto que eu fico feliz perto de você!
Ele a olhava
nos olhos também. Um momento que as palavras se faziam desnecessárias.
_Uau! – ele
sussurrou depois de um tempo – eu te amo demais.
Ficaram mais
um tempo abraçados na praça e nem perceberam que quem os vigiava, de longe,
alimentava um rancor sem fim.
Continua....
©
Copyright Mailan Silveira 2011.Todos os direitos reservados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário