sexta-feira, 5 de outubro de 2012

41| Sono Profundo.



                   Em São Paulo, Thiago deitado no chão, movia-se lentamente de dor, quando Guillermo se dirigiu rapidamente até ele e o amparou.
                    _ Thiago! Thiago! Pelo amor de Deus, o que foi? – segurou o amigo que não conseguia responder – Oh meu Deus, e agora? Thiago, fala comigo, fala comigo!
                    Insistia para que o rapaz pronunciasse algo, mas nada acontecia porque ele estava desacordado.
                    _ Thiago acorda! Acorda! – Guillermo fica desesperado. – Acorda! Não dorme! Fica acordado.
                    Deitou-o cuidadosamente no chão e procurou o telefone para ligara para emergência.
                    _ Emergência 193!
                    _ Moça, pelo amor de Deus, meu amigo desmaiou aqui em casa, preciso urgente de ajuda.
                    _ Primeiro eu preciso saber se...
                    _ Ele não está engasgado, não está alcoolizado, tem pulso bem fraco, e respira com dificuldade – disse interrompendo a moça – e antes de cair pôs a mão no coração.
                    Depois de passar o endereço continuou segurando o amigo.
                    _ Você vai ficar bem, vai ficar bem! Agüenta firme!
                    Tereza não conseguiu dormir mais. Algo a incomodava sobremaneira. Foi até a cozinha e tomou um copo de leite, andou um pouco sobre a sala, sentou no sofá. Quando o telefone tocou.
                    _ Alô, Dani?
                    _ Tia, aqui é a Flávia! Ainda bem que a senhora atendeu rápido...
                    _ Aconteceu alguma coisa com o Daniel, não foi? – disse prendendo a respiração.
                    _ Tia... – Flávia tentava escolher as melhores palavras – Eu e umas amigas estávamos aqui, e... Enquanto saíamos para atravessar a rua, vimos um carro em alta velocidade passar, ele tentou frear ao nos ver, mas o freio não funcionou...
                    _ Flávia, vá direto ao ponto! O que aconteceu?
                    _ Ele tentou desviar e o carro... Capotou umas cinco vezes na rua.
                    _ Oh meu Deus! – gritou Tereza desesperada – Onde ele está? Onde meu filho está? Eu quero meu filho. Quero ver meu filho.
                    _ Estamos todos no Hospital Geral de Pedra Branca. E...
                    Tereza desligou o telefone, e correu para o quarto. João Pedro, pai de Daniel, estava sentado na cama porque ouviu o grito da esposa.
                    _ O que foi Tereza?
                    _ O Dani, João... O Dani capotou o carro e está no hospital. – disse entre muitas lágrimas.
                    Os dois se aprontaram e seguiram rápido para o hospital, lá encontraram a Flávia e a Mariah, que os disseram tudo que aconteceu, tentando acalmá-los.
                    _ E onde eles estão agora? – perguntou aflito o pai.
                    _ Ele está na emergência! – disse Flávia.
                    _ Minha filha, onde está minha filha? – Antônia entrava pelo corredor à procura de Flávia.
                    Alguns instantes depois, que pareceram horas, Tereza não agüentou e foi mais uma vez a recepção.
                    _ Moça, tudo bem de novo? É que meu filho sofreu um acidente à algumas horas e não vi médico e ninguém vir aqui nos dar uma posição, dizer como ele está, pelo amor de Deus. É meu filho que está aí dentro! – ele já mostrava estar irritada e muito nervosa.
                    _ Nos perdoe, senhora, irei agora atrás de informações.
                    Saiu detrás do balcão e entrou numa porta ao lado.
                    Tereza voltou para o grupo e não sentou.
                    Um enfermeiro saiu de uma porta maior no corredor. Todos se levantaram para perguntar-lhe alguma coisa.
                    _ Boa noite! Vocês são os pais do garoto do acidente?
                    _ E da garota também! Como ela está? – Antônia passou a frente de todos.
                    _ A garota está bem, e será liberada ainda hoje.
                    _ E o rapaz, como ele está? – perguntou angustiado o pai.
                    A expressão do enfermeiro não era a melhor.
                    No hospital de São Paulo, Thiago foi atendido depois dos primeiros socorros na ambulância, e agora estava no quarto em observação. Guillermo não saiu do lado do amigo. Estava muito preocupado com ele.
                    O rapaz se ajeitou na cama, então Guillermo levando, perguntou:
                    _ Thiago? Você me ouve?
                    _ Sim! – sussurrou.
                    _ Como você se sente, meu amigo? – automaticamente sussurrou também.
                    _ Estou bem melhor, mas meu coração ainda dói. Onde estamos?
                    _ Viemos para o hospital. Os médicos já realizaram alguns exames e não foi nada demais.
                    _ Daniel... - sussurrou
                    _ Oi?
                    _ Daniel... Ele me veio na mente quando meu coração doeu.
                    Guillermo ficou sem saber o que falar.
                    _ Um telefone! – disse com dificuldade – Preciso fazer uma ligação! Agora!
                    _ De jeito nenhum! – disse Guillermo - Você está doido? Pode deixar que depois eu ligo, mas agora você vai descansar mais!
                    _ Guillermo, eu preciso falar está ligação! Tem alguma coisa acontecendo!
                    _ Não! Eu ligo, mas você vai descansar. Não pode ter outra emoção ou qualquer coisa do tipo, seu coração está em jogo. Seu celular está aqui comigo nem adianta procurá-lo.
                    Thiago não tinha como não obedecer. Não conseguia sequer levantar, mas só de levantar a hipótese de que algo tinha acontecido e algo ruim, seus olhos se encheram de lágrimas.
                    Como estavam no quarto, Guillermo pôs uma música suave para acalmá-lo, quando voltou o viu chorando.
                    _ O que foi, está doendo? – disse nervoso.
                    _ Não! Estou preocupado só!
                    _ Você não pode ficar assim, moço! Acabou de ter um troço no coração e quer ficar mais tempo aqui?
                    _ “Véi”, eu sinto que tem alguma coisa acontecendo, e não vou conseguir me acalmar enquanto não falar com ele.
                    _ Pensei que...
                    _ Ele é meu amigo, não nada mais! Acho que amigos se preocupam ainda como os outros.
                    _ Você não vai falar com ele agora. Eu vou ligar, pode ser?
                    Thiago pensou e achou que seria melhor que nada.
                    _ Está bem, mas liga logo!
                    _ Deixa-me ir ao banheiro rapidinho e retorno para ligar em sua frente. Posso também?
                    _ Vai. – quando Guillermo ia saindo – Mas não demora!
                    Guillermo foi ao banheiro e de lá ligou do celular do Thiago para o Daniel que estava com a Flávia.
                    _ Thiago? – ela respondeu vendo o nome na tela.
                    _ Olá! Boa noite! Desculpa ligar a essa hora, e não é o Thiago, é o amigo dele, o Guillermo.
                    _ Oi! Tudo bem? Pode falar. Aconteceu alguma coisa?
                    _ É que eu estava com o Thiago em casa, quando ele sentiu um mal estar passageiro, ele já está bem, mas disse que se lembrou do amigo, o Daniel. Então ele me pediu para ligar para saber como ele está?
                    O enfermeiro olhou para os pais de Daniel como uma expressão nada agradável.
                    _ Fala moço, como ele está?
                    _ Desculpa pela demora em dar notícias – ele começou em tom grave – mas o rapaz precisou passar por uma cirurgia urgente, ele ficou muito machucado e fraturou algumas costelas e cabeça, e agora está em coma induzido.
                    Tereza desmontou e foi amparada pelo esposo que perguntou:
                    _ Como assim coma induzido? Não foi um acidente simples?
                    _ Pareceu, mas as fraturas foram muitas e o trauma na cabeça fez com que precisássemos fazer uma pequena cirurgia para que ele não morresse. Ele está na UTI e respira com auxílio de aparelhos...
                    _ Não podemos vê-lo agora? – perguntou Mariah chorando.
                    _ Infelizmente não! Nós voltaremos aqui para dar mais detalhes.
                    Todos ficaram desolados com a notícia que o enfermeiro trouxe. Flávia disse tudo isso para Guillermo que ficou estupefato.
                    _ Mas porque não foi o Thiago quem ligou? – Flávia indagou.
                    _ Como te disse ele teve um mal estar e está repousando, eu disse a ele que ligaria, não que ele não tivesse insistido para que ele mesmo ligasse, mas achei mais apropriado. – ele não quis alongar mais a conversa – Então, desejo melhoras para o Daniel e o Thiago ligará em breve para saber mais sobre o amigo. Obrigado.
                    _ Ok!                                                                                                    
                    Guillermo mirou seu reflexo no espelho e respirou fundo. O que faria? Se contasse para Thiago que o que sentira fora verdade, provavelmente morreria.
                    _ Ai meu Deus! Essa ligação entre eles é mais forte do que eles pensam. Nunca vi uma coisa dessa acontecer. E agora?
                    O dia começava a amanhecer e voltando para o quarto, Guillermo recebe uma ligação.
                    _ Olá bom dia! “Amore”! – disse a voz.
                    _ Oi! Ligando tão cedo assim, minha flor? – disse a voz desanimada dele.
                    _ O que foi que aconteceu? Te liguei , mandei email às duas horas e você não respondeu? Está acontecendo algo?
                    _ Sim, está! – Guillermo queria falar com alguém – Júlia, o Thiago passou mal essa noite, sentiu uma dor no coração e nós estamos no hospital agora.
                    _ O quê? E você vem me dizer isso agora? Onde estão?
                    Não deixou o Guillermo terminar, e alguns minutos depois estavam no quarto com eles. Thiago dormia. Guillermo contou como aconteceu a dor e que ele teve a sensação que o amigo tinha alguma coisa e quando ele ligou descobriu que o amigo de quem Tiago lembrou acabara de entrar em coma.
                    _ Nossa! Que horror! E ele? – olhou para Thiago – Como está?
                    _ Já está melhor. Foi medicado e agora passa bem, mas não sei se poderemos viajar.
                    _ Esquece isso! Primeiro a saúde! Sempre! Deixe que eu me resolvo com os clientes.
                    _ Julinha, vou aproveitar que você está aqui e vou comer alguma coisa! Estou faminto! Você pode ficar aqui para mim?
                    _ Claro que posso vai lá. E não precisa ter pressa.
                    Guillermo agradeceu mais uma vez e saiu para matar a fome. Júlia olhou para Thiago e acariciou seu rosto, beijou-lhe a testa. Ele acordou.
                    _ Uau! Eu morri?
                    Ela sorriu.
                    _ Ainda não, mas dependendo do que você vai falar eu posso dar um jeito agora nisso!
                    _ Sentir o beijo de um anjo, me fez sentir que estava no céu. Acho que não poderia ter jeito melhor para acordar.
                    _ Como você se sente? – ela perguntou ainda sorrindo.
                    _ Mil vezes melhor agora. – ela tinha esse poder.
                    _ Que bom.
                    _ Não queria que nosso segundo encontro fosse aqui. – ele disse resignado.
                    _ O que vale é se encontrar...
                    _ Mas a massa lá em casa ainda está de pé...
                    _ Claro! Amo macarrão.
                    _ Somos dois! – deu uma pausa para olhá-la – Como você viu estou dodói. Precisando de cuidados.
                    _ Não perde a oportunidade mesmo, hein? Moribundo, mas cantando na cara dura!
                    _ Pois é, não posso perder a chance de ser feliz ainda mais agora que pode ser a última.
                    Sorriram. Ela se aproximou dele o lhe deu um beijinho.
                    _ Você me faz bem. Sua presença me anima. Como você consegue?
                    _ É recíproco! Também sinto isso com você, nem dá para explicar.
                    As palavras já eram desnecessárias quando os carinhos e afagos começaram. Os olhares supriam o que poderia ser dito com milhões de palavras, o carinho no rosto, na mão, nos cabelos faziam o que nenhuma palavra conseguiria.
                    _ Que lindo! – Guillermo entrou, e Júlia se afastou rapidamente. – Não precisa disfarçar, pombinhos! Acho que o amor ajuda na recuperação.
                    Riram. Ela se sentou novamente na beira da cama.
                    _ Onde estava? – perguntou Thiago.
                    _ Comendo! – sorriu – Até que eu encontrei o médico no corredor, e ele me disse que você sai hoje ainda! Que já está pronto para outra!
                    _ Nossa! Que bom! Não agüento mais ficar nessa cama. Falta ligar para o Daniel.
                    _ Ah! Já liguei enquanto você babava na cama, não quis te acordar.
                    _ Sério? – duvidou.
                    Guillermo o encarou terrivelmente desapontado e o mostrou a ligação feita no celular.
                    _ Ele está bem, estava dormindo quando liguei, fiquei todo sem graça, mas ele entendeu, sabia que você era assim e perguntou com vocês estava, e disse que bem e que não foi nada.
                    _ Nossa! Que susto! Pensei que tinha acontecido alguma coisa com ele! Se tivesse, nossa! Teria morrido!
                    _ Quem é Daniel? - perguntou Júlia curiosa.
                    Os dois se olharam.
                    _ Um amigo! – disseram juntos com se tivessem ensaiado.
                    Júlia riu.
                    _ É... - disse Guillermo.
                    _ Sim! Um amigo meu, quase irmão. – Thiago falou.
                    O tempo se arrastava na sala de espera do Hospital Geral de Pedra Branca. Tereza estava encostada no peito do esposo, seus olhos estavam vidrados. As meninas já haviam avisado as mães que estavam no hospital dando auxílio aos pais de Daniel que disse que visitariam em breve.
                    Da mente de Roberta não saia a imagem do carro passando em sua frente, seus caminhos haviam se cruzado novamente. Como havia sido possível algo tão impensado acontecer assim?
                    _ Garotas! – disse João Pedro – Vocês precisam descansar. Já ajudaram muito. Vão para casa! Tomem um banho e descansem.
                    Elas se olharam.
                    _ Podem ir garotas! Eu fico! – disse Ricardo que havia chegado depois. Estou inteiramente à disposição! Não hesitem em pedir ajuda. Farei o possível para ajudá-los em tudo!
                    _ Obrigado Ricardo! Você é um anjo! – disse a mãe.
                    As meninas não insistiram muito, estavam acabadas.
                        Patrícia ficou sabendo do acidente com Daniel pela mãe da Roberta de manhã quando estava saindo de casa. Ficou completamente desolada.
                    _ Oh meu Deus! E agora? O que vou fazer sem ele? Como eu vou viver sem meu amor? – chorava cheia de culpa dentro do quarto – Que idiota eu fui! Por que fiz isso, meu Deus?
                    Ela não sabia o que fazer, estava totalmente desnorteada.O telefone tocou.
                    _ E aí gatinha, gostou do serviço? Fiz como você mandou. Acho que está na hora do pagamento.
                    Era Neo.
                    Patrícia ao ouvir a voz dele, respirou fundo. Estava cheia de ódio.
                    _ Você não acha que exagerou?
                    _ Não! Foi na medida certa. É bom também que aquele playboy veja que ele é de carne também. Aquele otário! Só vivia tirando onda dos outros na escola como você disse e agora é bom que aprende, mas vamos esquecer que ele existe está perto de morrer mesmo! Quando é que você vai me dar... o que prometeu?
                    _ Hoje! Que tal meio-dia?
                    _ Mulher de palavra, é assim que eu gosto! Onde?
                    _ Escolhe você! Me pegue na praça aqui perto de casa.
                    Patrícia sabia muito bem como pagar uma dívida. Ao meio-dia ela estava na praça como combinado. Ela estava com uma bolsa e uma roupa estranha e luvas.
                    _ Que roupa é essa? – perguntou assim que ela entrou no carro.
                    _ Aonde você vai me levar?
                    Ele sem graça, respondeu:
                    _ Conheço um drive in bem discreto e limpinho, você vai gostar.
                    Ela olhou tentando disfarçar o asco. E sorriu sem vontade. Durante o caminho, ela prendeu o cabelo e começou a se maquiar, por fim pôs uma peruca totalmente diferente do seu cabelo e um óculos.
                    _ Para que tudo isso? – ele estranhava – Não entendo para que tudo isso para ir ao drive in?
                    _ Você está me levando para um drive in e ainda me pergunta isso? Não quero ser reconhecida!
                    Entraram numa pequena garagem vazia de tudo, e subiram uma escada que dava acesso ao quarto. Ele já começou tirando a roupa e empurrando-a em cima da cama.
                    Ela se assustou com a reação.
                    _ Ei! Calma!
                    _ Cala a boca, vagabunda! Não te perguntei nada!
                    _ Espera aí...
                    Não terminou de falar e tomou outro tapa na cara.
                    _ Eu disse para calar a boca, piranha!
                    _ É assim que eu gosto. Nervoso!
                    Ele começou a se esfregar nela, ela virou o rosto contendo a ânsia de vômito. Levantou-se de súbito e rasgou a roupa dela.
                    _ Já tinha tempo que eu queria fazer isso... – ele dizia como se estivesse realizando um sonho – Te olhava todo dia na escola e você nem me dava bola, por causa daquele otário que agora deve está cheio de tubo na boca!
                    Ele a deixou em trapos. Então depois de beijá-la e rasgá-la toda, foi ao banheiro. Ela, rapidamente, foi ao frigobar e pegou uma garrafa de espumante, abriu-o e distribuiu a bebida em taças. Sem tirar as luvas, tirou as roupas rasgadas e vestiu uma lingerie. Foi à sua bolsa e pegou duas algemas de plástico resistente e um frasco do qual despejou seu conteúdo numa das taças. Guardou tudo na bolsa e deitou-se na cama segurando-as.
                    Quando ele voltou pronto para continuar e a viu de lingerie, ficou louco.
                    _ Adoro homem violento, mas antes de continuar, vamos comemorar este acordo tão bem feito e que continuará para sempre!
                    _ Você está muito... Linda! – ele disse sem ser grosseiro.
                    _ Só linda?
                    _ Gostosa! Um tesão! Uma delícia. – ele a comia com os olhos.
                    Ela o entregou a taça e ajoelhada na cama, brindaram. Ela bebeu todo o conteúdo de sua taça, induzindo a fazer o mesmo. Ela sorria. Ele quis beijá-la, mas ela se recusou fazendo charme. O jogou na cama e o prendeu com as algemas, puxou-lhe a cueca. Levantou-se rapidamente e pôs um roupão.
                    _ O que foi? - perguntou ele sem saber – Aonde vai?
                    _ A lugar algum! Farei um strip para você! Você quer? – fazia caras e bocas a fim de seduzi-lo
                    _ Quero sim. Faz gostoso! Por que o que é seu... – olhou para baixo – está guardado.
                    Ela sorriu e começou a tirar vagarosamente o roupão que caiu felpudo no chão. A lingerie estava perfeita nela. O vermelho vivo da peça íntima brilhava em seus olhos.
                    Não demorou muito, ele estava ficando agitado, pois seu coração batia forte pela excitação e o veneno se espalhou rapidamente. Ele buscava mais ar, e não encontrava.
                    _ Patrícia! – ele disse ofegante.
                    Ela tinha um controle remoto na mão e aumentou mais o som.
                    _ Patrícia! Não estou me sentindo bem! Estou com falta de ar.
                    _ É isso mesmo que provoco nos homens! Está gostando?
                    _ É sério, desgraça, estou passando mal, me solta aqui.
                    Ela virou séria para ele.
                    _ Não!
                    Ele não conseguia ficar mais parado se debatia em busca de ar, mas seus pulmões ignoravam seus esforços. Para ele não existia mais ar, puxava com mais força e nada. As mãos presas pelas algemas queriam segurar o pescoço para se certificar que estava tudo certo, mas desesperadamente eram impedidas. As palavras não saíam mais, queria gritar, mas não tinha ar para isso. Como se estivesse sendo asfixiado com uma almofada no rosto, a sensação era um saco plástico que o impedia de respirar. Seus esforços só o fizeram gastar energia que restava.
                    Seus olhos ficaram vidrados, seus lábios denunciavam a falta de oxigênio. Não se movia mais.
                    Patrícia, depois de assistir a cena, trocou de roupa em um disfarce. Ainda faria mais uma troca. Olhou para Neo estendido sobre a cama. Não teve pena.
                    _ Era para dar só um susto no Daniel e não matá-lo. Idiota. – saindo.
                   

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