domingo, 11 de novembro de 2012

49| O casamento.

                    _ E então? – ele olhava sorrindo para ela.
                    A música parou, todos pararam para ver o pedido que estava sendo feito no meio do salão.
                    _ Sim! – sussurrou primeiramente e depois disse mais e mais alto – Sim! Sim! Eu aceito.
                   Uma música começou a tocar. Ela percebeu que era uma versão romântica da música eletrônica que tocava na primeira vez que se encontraram na boate.
                    _ Nossa música, pensei que não iria lembrar nunca. – seus olhos se encheram de emoção e então estendeu a mão.
                    _ Sua beleza quase que não deixa que eu a lembrasse, mas ela diz tudo o que eu quero que você saiba.
                    Ele, ainda abaixado, colocou a aliança no dedo anelar direito. Ela fez o mesmo. A multidão aplaudiu. Eles se beijaram apaixonadamente.
                    Alguns amigos vieram cumprimentá-los, e depois de algum tempo quando estavam saindo, Guillermo disse:
                    _ Não vou para casa hoje, está bem! Fique à vontade!
                    _ Obrigado, mas não tem problema pode ir.
                    _ Sério? Então, está bem. Então, vou bem mais tarde!
                    Eles saíram, enquanto Guillermo dançava na pista.
                    Ainda estava cedo, saíram abraçados pela calçada, havia uma grande praça duas ruas acima da avenida onde estavam.
                    _ Gostou da surpresa? – disse ele rindo.
                    _ Você quase me matou! No meio daquele povo todo. Nossa!
                    _ Ficou com vergonha?
                    _ Não, mas ah! Nem sei. É muita emoção para pouco coração.
                    Thiago virou de frente.
                    _ Eu te amo. E muito, sabe? Chega doer...
                    _ Eu também te amo demais! Mas não sei o que fiz para merecer tanto amor.
                    _ Eu sei... Você nasceu.
                    Se beijaram demoradamente.
                    _ Serei a mulher mais feliz do mundo com você, mas antes de tudo preciso te contar um segredo porque não quero que nosso casamento seja baseado em omissões. – ela ficou séria.
                    _ Claro! O que foi? – ele ficou sério também.
                    _ Eu já tenho dois filhos. – disse ela olhando para o chão.
                    _ Oi? – disse ele sem disfarçar a surpresa.
                    _ A Ana e o Dan.
                    _ Por que você não me falou isso antes? - tentou mostrar-se compreensivo, mas a revelação tinha abalado a decisão, não por ela mesma e sim pela omissão.
                    _ Fiquei com medo de te perder...
                    _ E o que me impede agora?
                    _ Nada. – um sorriso brincou no canto da boca.
                    _ Não me importo. Eu te amo mais, e seus filhos serão meus filhos.
                    _ Você é lindo, assumiria tudo isso por mim.
                    _ Não posso perder a chance de te ter só para mim.
                    Ela ficou em silêncio.
                    _ O que foi?
                    _ Tem mais uma coisa – disse com a cabeça baixa, parecia rir.
                    _ Está bem! – respirou fundo – Dois filhos e o que mais?
                    Ela o olhou de baixo para cima.
                    _ É mentira!
                    _ O quê? – disse confuso.
                    _ Não tenho filhos! – riu – Você precisou ver sua cara de assustado!
                    _ Não acredito que você mentiu para mim desse jeito, com essa cara limpa!
                    _ Desculpa amor, mas você foi tão fofo! – abraçou-o – Me ama tanto que assumiria meus filhos. Acho que tirei a sorte grande.
                    _ Você é doida! Eu quase ia terminar tudo. – brincou – Não sou tão perfeito...
                    _ Meus filhos serão teus, mas não por agora. Quero te aproveitar ao máximo.
                    _ Isso que mais quero. Quando vamos casar?
                    _ Não sei... Que tal agora?
                    _ Agora?
                    _ É!
                    _ Sem ninguém ver?
                    _ E quem disse que não há alguém vendo? A natureza, Deus, o universo são nossas testemunhas.
                    _ Sim.
                    Numa praça histórica, ele se ajoelhou novamente e tirou a aliança do dedo direito dela.
                    _ Eu, Thiago Allexander Villani, prometo-te ser fiel, honrar-te e respeitar-te na alegria e na tristeza, na saúde e na enfermidade, na riqueza e na pobreza em todos os momentos da minha vida. – jurou olhando diretamente para os olhos encharcados de lágrimas da moça. Colocou o anel no dedo anelar da mão esquerda. Beijou-lhe a mão e levantou.
                    Ela, para a surpresa dele, ajoelhou, tirou do dedo direito a aliança e a pôs no da mão esquerda.
                    _ Eu, Júlia Carolina Rodrigues Brandão, prometo-te ser fiel, honrar-te e respeitar-te na alegria e na tristeza, na saúde e na enfermidade, na riqueza e na pobreza em todos os momentos da minha vida. – sorriu entre lágrimas e se levantou.
                    Não existia nada ao redor, estavam imersos neles mesmos, e se o mundo acabasse ali, o amor que sentiam uniria suas almas em uma para a eternidade. Beijaram-se e algumas pessoas que passaram admiraram a cena.
                    _ Você nunca fez isso comigo! – resmungou uma senhora que passava com o marido que fingiu não ter escutado.
                    _ O amor é lindo! – um grupo de jovem gritou do outro lado.
                    _ É um sonho? – Júlia perguntou.
                    _ Não, não é! É nosso casamento.
                    Sem saber mais o que falar, Thiago a puxou pela mão e a levou para o carro. Seguiram para o apartamento. Era tanta química que no corredor se beijaram e iam se batendo nas paredes em direção a porta. Antes de entrarem no apartamento, Thiago a levantou no colo e passou pela porta.
                    _ Cuidado com a calda do meu vestido. – ela brincou.
                    Ele chutou a calda invisível, e a levou para o quarto, foi correndo trancar a porta, ligou o som ambiente e entrou no quarto. Ela estava sentada e o chamou, ele desabotoou a blusa lentamente para provocá-la, não tirava os olhos dela, passava a mão sobre o corpo e a luz fraca do quarto evidenciava a pele arrepiada.
                    _ Nossa mãe! – disse ela com os olhos vidrados.
                    Ele continuava a instigá-la com olhares e gestos sensuais, começou a tirar a calça, quando de repente se desequilibrou e caiu no chão. Ela arregalou os olhos.
                    _ Oh meu Deus! Machucou? – segurando o riso.
                    _ Não! - ele levantando prontamente e rindo à vontade – Está tudo bem vamos continuar.
                    Ela ria , enquanto ele se livrava da calça.
                    _ Ai pai! – suspirou ela.
                    _ O que foi?
                    _ Isso tudo será meu? – referindo-se ao corpo do modelo que era valorizado pela luz suave do quarto, seus contornos eram obras-primas.
                    _ Não! Já é! – subiu na cama e a beijou, começando a tirar-lhe carinhosamente a roupa.
                    O clima no quarto esquentou. Os beijos e afagos, arrepios e amassos seguiam intensos. O suor corria pelas costas de Júlia, Thiago a beijava com sofreguidão.
                    _ Eu te amo. – disse ele, ofegando.
                    _ Eu te amo – ela respondeu sussurrando – muito.
                    Estava selado.   

                   
Continua...
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